Porque o judeu Mardoqueu foi o segundo depois do rei Assuero, e grande para com os judeus, e agradável para com a multidão de seus irmãos, procurando o bem do seu povo e trabalhando pela prosperidade de toda a sua nação. Ester 10:3.
Nos últimos
dias, temos falado muito sobre sacerdócio: ser o sacerdote de nossa casa e
família, liderando com amor, equidade, justiça, benevolência e integridade.
Mas, para muitos nos dias de hoje, esse conceito pode gerar questionamentos.
Entre eles, destaca-se: Por que ser um sacerdote?
Por que
praticar boas ações? Por que agir de forma justa e íntegra? O que ganharei
sendo honesto? Será que serei recompensado por ser um bom esposo e um pai
exemplar?
Vivemos tempos
em que, infelizmente, a fé e a percepção do propósito parecem esmorecer. As
pessoas estão deixando de ser o que foram criadas para ser: seres humanos, com
essência e propósito divinos.
Onde está
nossa humanidade? Para onde foi nossa essência? O que aconteceu com nosso
intelecto a ponto de nos compararmos a qualquer coisa, menos à grandiosa
criação que somos?
Estamos
perdendo nossa referência!
O Criador, a
beleza da fé, o ato de acreditar. Vivemos como os antigos faraós, que se viam
como deuses, acreditando na própria imortalidade, mas cujas vidas terminaram em
vazio.
Chegamos a um
momento em que o valor adquirido se fundamenta em posses e poder, enquanto tudo
aquilo que recebemos diariamente, de forma gratuita, permanece imperceptível e
desvalorizado. Assim, um objeto que se quebra, uma moeda que perde seu valor ou
uma cédula que se rasga acabam definindo quem somos e o que queremos ser.
Isso nos faz
esquecer o grande mistério humano: a união de dois indivíduos de sexos
diferentes, que dá origem a um novo ser, cuja funcionalidade é inexplicável e
cujas explicações muitas vezes são vazias ou repletas de lacunas sem respostas.
De onde virá o
reconhecimento? O sucesso? O legado?
Virá das
nossas posses? Será que meu jatinho dirá algo sobre minha essência? Talvez meu
Porsche fale por mim? Ou minha mansão exiba minhas virtudes?
No fim, quem
estará ao meu lado? Talvez apenas meu animal de estimação, enquanto tudo que
acumulei ficará para trás.
Sim, ter bens
materiais é importante, e não há pecado nisso. Porém, o sacerdócio não se
fundamenta no que temos, mas em quem está ao nosso redor: vidas.
Ser sacerdote
é cuidar, nutrir, guiar, proteger e promover aqueles que nos foram confiados.
O Vaso mais
fraco, proteja, acaricie, beije e abrace. Promova, fortaleça, afirme.
Não deixe sua esposa sozinha nem a abandone. Mantenha a luz acesa para que ela
não tropece. Adorne-a com amor e palavras de valorização, que ela tenha orgulha
de ser sua.
As Flechas, olhe para seus filhos com ternura e atenção. Observe suas palavras, sorrisos e passos. Deixe que escolham, mas seja referência em suas decisões. Abrace-os, beije-os e ajude-os, mesmo que não peçam. Seja honesto, mostrando suas fraquezas, pois isso evidenciará suas virtudes e moldará o caráter deles. Duro sim quando necessário, mas cheio de compaixão.
Foi assim que
homens como Mardoqueu, exaltados e lembrados. Ele exerceu seu sacerdócio de
forma íntegra e completa. Desde o início, foi fiel ao Criador e à sua missão.
Sua fidelidade foi uma resposta que trouxe salvação a um povo.
Até hoje, e
por gerações futuras, Mardoqueu será lembrado por ser um marido exemplar, um
pai dedicado e um homem com seu coração voltado para Deus e para as pessoas ao
seu redor.
A referência
não está no que é certo ou errado, mas no que é verdadeiro. O fundamento está
na postura, nas palavras, nos relacionamentos e na vida que vivemos, no que
somos de fato no nosso íntimo e particular.
Elizeu
Oliveira – 19/11/2024
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