Depois de um bom tempo sem escrever, ao me deparar com uma situação normal e corriqueira da vida a dois, comecei a ouvir depoimentos que me remeteram a tal pergunta e aqui estou, de volta as teclas do meu computador. Confesso, tudo o que vimos e ouvimos sobre o futuro, os próximos anos tem se revelado a cada dia e sim a humanidade está se desumanizando.
Não
tenho todas as respostas, aliás, não tenho respostas para as grandes questões e
conflitos da humanidade e acredito que ninguém tenha. Podem até criar alguns
caminhos, ou quem sabe teorias, talvez uma idéia baseada em um número
insignificante de depoimentos a comparar com todo o universo de seres humanos.
Respostas que podem atender sim a uma pequena minoria ou talvez alguns
desavisados.
Que
fique claro, um dia tudo será descortinado, isto é, o que é oculto se revelará
mesmo que para confirmar a mim e a você que foi um tremendo engano ou que o
projeto existe e você ficou de fora por não acreditar nele.
Para
que nos casamos? Para início de debate, as respostas aqui serão milhares e
variáveis, visto cada resposta tem-se fundamentos tanto em experiências de vida
e pessoais, quanto de vista e até mesmo em histórias de ficção.
Assim
reafirmo o que escrevi anteriormente, afinal onde estão os sábios gurus que
possuíam o poder para responder os questionamentos do mundo?
Viver
a dois, nos aliançar, fazer votos, ajuntar simplesmente, marcar uma reunião
solene com padrinhos e madrinhas, muitas testemunhas e um futuro desconhecido.
Viver
sob um mesmo teto, tomar banho juntos, conhecer as imperfeições, aceitar as
manias sem compreendê-las.
O
que fazer com tantas variáveis, a começar por ter uma vida de relacionamento
extremamente próximo e íntimo, alguém que para muitos, avaliados em tão pouco
tempo.
Como
saber se após um ano de namoro o Sr. Oliveira é o cara certo para a Sra. Teles?
Como saber se a Sra. Souza com alguns miseráveis dez meses completará o Sr.
Ferreira?
Quem
garante que após dez anos de namoro o Sr. Siqueira atenderá todas as
expectativas da Sra. Nogueira?
Essa
seria uma resposta fácil? Não creio!
Aliás
ainda não descobrimos por que nos unirmos, não é mesmo? Posso usar o termo tem?
Deixando
as coisas um pouco mais animadas por aqui, a felicidade pode ser um conceito,
não acham? Não! Talvez um estado de espírito, quem sabe!
Felicidade,
momento da vida, vidas que passam e se vão. Talvez possa classificá-la como
estilo de vida, isso mesmo, meu estilo de vida é ser feliz.
Quem
me fará feliz? Ou melhor, alguém pode me fazer feliz?
Um
momento! A minha felicidade depende de que, afinal de contas? Meu carro? Minha
casa? Meus bens? Meu trabalho? Minha esposa ou família? Talvez eu tenha acabado
de descobrir a resposta de uma das mais importantes dúvidas da humanidade,
preciso encontrar aquilo ou alguém que me faça feliz. É isso, nada tenho que
fazer a não ser encontrar!
Agora
me encontro num grande dilema, e se eu estiver enganado sobre as procuras e os
encontros que já fiz? E se eu estiver pensando que a esposa que escolhi e os
bens que tenho e os filhos que agora são meus fazem parte de um grande
equívoco?
Parece
que o fato de construir algo ou alguma coisa nada tem a ver com tudo o que
estamos ouvindo e vendo nestes dias atuais. Eu não tenho que me doar, nem tão
pouco me sacrificar, afinal eu só preciso encontrar, e se não for aquilo o
provedor da felicidade que tanto MEREÇO, a procura e a busca continua não
depende de mim, de maneira alguma, o universo tem que se posicionar e criar
todos os recursos para que eu seja muito feliz.
Não
há ou mesmo, deixa de existir qualquer responsabilidade de cuidado sobre
qualquer coisa ou individuo, trabalho em prol a um bem maior e comum, respeito
e valorização por uma pessoa que é sentimento. Sem entrega, sem esforço, sem
compromisso.
A
desistência é um caminho de volta e quando se trata de pessoas é leviano e
avassalador. A desistência revela um ser mesquinho e arrogante para com uma
pessoa, revela que se falta uma peça no quebra cabeça tudo está acabado e a
imaginação se derrete. Revela que o trabalho e injusto e ingrato e que
trabalhar para que algo seja edificado não valha a pena.
Ser
feliz, entendenda você dá forma que melhor lhe convir, não está no fato do que
recebe, nem tão pouco de coisas, pessoas, lugares ou situações. Quando se trata
da vida de um homem e uma mulher juntos, tem a ver com o que se revela, se
descortina todos os dias, tem a ver com que construímos, entregamos, para
realização de uma unidade que definitivamente não tem nada a ver com uma
pessoa, um ser.
Nossa
tristeza não está relacionada com quem estamos, com o que temos. Solteiro ou
casado, continuará triste enquanto depender de outros ou de fatores externos.
Solteiro
ou casado seremos tristes enquanto a procura for a base da felicidade, visto
que ela é o que é, hoje. Sendo claro, a felicidade está no pum que ela
descuidada deixou escapar, no talher que ele tentou lavar, no sal que passou
dos limites ao temperar o bife, na mesa horrivelmente posta que ele fez, no
eterno passeio no shopping olhando as vitrines, na cara de cansado que ele fez
ao ser questionado sobre o atraso, na grana do fim do mês que não deu, mas vida
que segue e amanhã será um outro dia. No levantar várias vezes para ver se o
bebê está respirando, no estar tentando ficar acordado com ela quando está
amamentando, no filme sem graça que ela insiste em assistir, no futebol dele
que a bola nunca fura, nas visitas a casa da sogra que mais parece o fim do
mundo, na chegada sem avisar do filho ou filha pela amanhã na cama do casal,
nas preocupações de que o tempo vai passar e que perderemos o controle sobre as
idas e vindas dos nossos bebês que cresceram, no tempo se olhando para o
espelho e pensar que mesmo com todo esse tempo alguém se esforçou para estar
comigo, alguém trabalhou para estarmos juntos, alguém se doou para que tudo
tenha sido construído e que tudo o que passaram juntos não foi baseado no
receber e sim no se doar e entregar. Isso é somente um breve relato do que se
pode ter a dois.
Ei,
sei que parece um filme de romance, não é!
E
sei que a realidade é dura sim, porém optamos sempre pelo caminho mais fácil.
Fica
muito cômodo e fácil parar quando não está dando certo, e se focarmos nisso,
infelizmente não mais haverá vida a dois.
Quando
falo vida a dois, não são retiros ou imersões conjugais que ficamos casados com
alguém por alguns meses ou talvez alguns poucos anos e pronto.
Não
estou feliz, tchau! Não estou bem com você, até logo! Está muito chato, fui!
O
casamento, a vida a dois é muito mais do que um sentimento, um estado de
espírito, uma sensação, estar casado é uma vida, é uma edificação que requer
todos os recursos e subsídios para virar um grande e belo edifício. Um legado.
Sei
bem que existem situações nesta vida que são conflituosas e ultrajantes e que é
abominável, seja homem ou mulher, humilhar, maltratar quaisquer pessoas tanto
física, emocionalmente e que fique bem claro, ninguém é obrigado a nada, quando
fizer, faça por livre e espontânea vontade e em amor.
Meu,
o recado aqui é que “NÃO”, não seja a primeira opção o rompimento e sim a
entrega!
Que
seja abandonado o que destrói e maltrata o casamento, que haja respeito e
sinceridade, que sejam prontos para ouvir, tardios para falar e tardio para
irar-se, que se esforcem para essa eterna construção.
Procure
por ajuda sempre que precisar, não há melhores ou piores, a pessoas que amam e
que acreditam no potencial do casamento e da família.
Não
fomos criados para vivermos só e neste contexto sempre existirá pessoas para te
ajudar, tanto a destruir o que começou a construir, quanto te ajudar a
continuar construindo aquilo que um dia você cheio de esperança e alegria
começou. Então nunca deixe de edificar, para ver concluído aquilo que começou.
Não há casamento ruim que não possa ser consertado e nem casamento tão bom, que
não possa ser melhorado. Escolha
corretamente!
Os
céus e a terra tomo hoje por testemunha contra vós, de que te tenho proposto a
vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas,
tu e a tua descendência. Deuteronômio 30:19
Elizeu B. de
Oliveira – 02/12/2023