Bem, já que vou morrer
de qualquer maneira mesmo...
Acho que vou mesmo é
ficar por aqui!
Pra que gastar tempo,
dinheiro energia, saliva, força, combustível, calçado, roupa...
Pra que correr atrás de
tantas e de tantos?
Alguns dos bons anos da
minha vida que se passaram, na verdade nem estava lá, minha infância antes dos
quatro anos, talvez três... Não me lembro de nada mesmo...
Acho que por este
motivo que foram tão bons...
Depois disso, só rolou
correria, sempre e sempre tentando...
Me encontrar...
Me agradar...
Me entender...
Me encaixar...
Me arrumar...
Me locomover...
Me satisfazer...
Sobreviver, tentando...
Agradar alguém...
Obedecer alguém...
Entender alguém...
Ser amado por alguém...
Se apresentar para alguém...
Conquistar alguém...
Satisfazer alguém...
Aprender com alguém...
Entender um alguém...
Dia após dia me
desdobrando para entender as pessoas e as coisas sem prejulga-las, mesmo sendo
um grande juiz incapacitado.
Dias e muitos dias
vivendo a constante da vida de todos e igual a todos, mesmo que em diferentes
lugares e com posses diversas, credos diversos...
Mas com as mesmas
lamurias, incertezas e fragilidades...
Tentando todos os dias
mudar e talvez ser mudado...
Moldado constantemente,
mesmo sem querer, mas se vendo todos os dias diferente do dia anterior...
E o grande e amigo
carrasco, o tempo, não fazendo nada, absolutamente nada para intervir, ajudar
ou até mesmo aplacar a ira que os dias geram de não saber a resposta concreta
para a inconstância das situações internas e externas de seres e seres... Da
vida.
Dias de glorias, dias
de fracassos...
Dias de respostas e
dias cheios de incógnitas...
Dias esplendorosos e
dias de desastres inesquecíveis...
Dias sem saber sabendo
que de nada se vale o que se acumula por estas bandas de cá, mas que vivemos
com malas cheias de ilusões e fantasias para que um dia, ou talvez uma noite
possamos encontrar um lugar para colocar toda essa fortuna de tralhas de
motivos inúteis de se correr tanto e tanto atrás do vento.
Elizeu B. de Oliveira
13 de abril de 2016