Certa vez
ainda morando lá no Alto São Jose, numa manhã ate bem ensolarada chega dois
cabras gritando pelo nome do pai, claro Quito. Saímos para ver, era o tio
custodio e outro que não consigo me lembrar.
O tio como
sempre, com sua marca registrada, camisa xadrez de botão, manga comprida e
dobrada e com aqueles cabelos e bigodes que pareciam estar pintados da
coloração mais preta que existia.Isso era de mais.
Mas uma coisa
nos chamou a atenção, o tio como um excelente montador de cavalos estava em uma
bicicleta e a cor essa inesquecível, burro assustado ou como queiram cor de
bosta. Foi muito legal aquele dia...
Estávamos eu e
o Alfredo lá na Fundanga de férias (e, diga-se de passagem, era bom de mais
estar com Cleber e Ninaldo), os meninos mais velhos o Branco e o Reginaldo
estavam arando uma baixada para o plantio de arroz. Ai o tio Custodio chega e
olha para um lado e para o outro e fala: - Que negocio é esse? Esse serviço num
rende não?
Então ele
pegou o ferrão da mão do Reginaldo e falou: - Vou mostrar como é que faz!... Vocês
não tem ideia da coisa toda... Parecia que os bois tinham motor 4.0 o tio Custodio
arrancou cavaco naquele brejo, o trem saiu mesmo...
O Reginaldo
ficava falando que ele iria matar os bois e o tio só olhava e resmungava: - Eu
sei o que estou fazendo!... E sabia mesmo, com menos de duas oras a área estava
toda arada... Esse era o tio Custodio!
Tempo de tristeza?
Sim!
Mas também de
alegria, sabem por quê? Privilegio!
Quantos não dariam
de tudo para ter um irmão como o tio Custodio?
Quantas
mulheres gostaria de ter um marido como o tio, e não tiveram...
Quantos filhos
dariam tudo para ter um pai como o tio Custodio? E os sortudos foram Rita,
Reginaldo, Branco, Claudia, Cleber e Aguinaldo...
Quantos
sobrinhos se sentiriam honrados por poder chama-lo de tio como eu tenho esta
honra...
Agradeço a
Deus por um dia ter tido esta grande ideia de inventar o tio Custodio, e
agradeço também pelo privilegio de tê-lo como meu Tio.
Sentiremos
saudades!
Elizeu
B. Oliveira 25/12/2014