quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

TIO CUSTÓDIO...

Bom né!...

Certa vez ainda morando lá no Alto São Jose, numa manhã ate bem ensolarada chega dois cabras gritando pelo nome do pai, claro Quito. Saímos para ver, era o tio custodio e outro que não consigo me lembrar.

O tio como sempre, com sua marca registrada, camisa xadrez de botão, manga comprida e dobrada e com aqueles cabelos e bigodes que pareciam estar pintados da coloração mais preta que existia.Isso era de mais.

Mas uma coisa nos chamou a atenção, o tio como um excelente montador de cavalos estava em uma bicicleta e a cor essa inesquecível, burro assustado ou como queiram cor de bosta. Foi muito legal aquele dia...

Estávamos eu e o Alfredo lá na Fundanga de férias (e, diga-se de passagem, era bom de mais estar com Cleber e Ninaldo), os meninos mais velhos o Branco e o Reginaldo estavam arando uma baixada para o plantio de arroz. Ai o tio Custodio chega e olha para um lado e para o outro e fala: - Que negocio é esse? Esse serviço num rende não?

Então ele pegou o ferrão da mão do Reginaldo e falou: - Vou mostrar como é que faz!... Vocês não tem ideia da coisa toda... Parecia que os bois tinham motor 4.0 o tio Custodio arrancou cavaco naquele brejo, o trem saiu mesmo...

O Reginaldo ficava falando que ele iria matar os bois e o tio só olhava e resmungava: - Eu sei o que estou fazendo!... E sabia mesmo, com menos de duas oras a área estava toda arada... Esse era o tio Custodio!

Tempo de tristeza? Sim!

Mas também de alegria, sabem por quê? Privilegio!

Quantos não dariam de tudo para ter um irmão como o tio Custodio?

Quantas mulheres gostaria de ter um marido como o tio, e não tiveram...

Quantos filhos dariam tudo para ter um pai como o tio Custodio? E os sortudos foram Rita, Reginaldo, Branco, Claudia, Cleber e Aguinaldo...

Quantos sobrinhos se sentiriam honrados por poder chama-lo de tio como eu tenho esta honra...

Agradeço a Deus por um dia ter tido esta grande ideia de inventar o tio Custodio, e agradeço também pelo privilegio de tê-lo como meu Tio.

Sentiremos saudades!
Elizeu B. Oliveira 25/12/2014

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A PROCURA DE UMA AÇÃO



         Em dezembro do ano de 2012 saiu à estatística do IBGE pontuando o numero de divórcio ocorrido neste mesmo ano. Alarmante, um recorde de divórcios. Em relação ao ano anterior, um aumento de 40%.

         Já nem sei mais o que pensar e muito menos o que dizer sobre isso. Parece que já esta tudo no esquema, no escript de uma curta vida a dois que por motivos pessoais já não se tem tanto poder a tal vida conjugal e muito menos almejam pelo querer algo que uma vez fora escolhido.

         Vivemos em tempos que se estudam soluções para sustentabilidade, preservação da natureza, defesa do meio ambiente, locomoção nos grandes centros urbanos e por ai vai...

         Mas cadê o estudo, a preocupação com a extinção dos relacionamentos, convívios, integridade, responsabilidade, honestidade e fidelidade.

         Se estiver tão falido assim, por que a muito já não se extinguiu tal procedimento, contrato. Acredito que pode se dizer assim dessa tal união amorosa, que de amor, já nem sei...

         O que se percebe é a falta de compromisso com a palavra, a falta do caráter e a fidelidade que hoje em nossos dias muito se fala mais pouco se pratica...

         Criticamos políticos, donos de cartéis do narcotráfico, falamos mal de maus pagadores e de uma infinidade de atitudes questionáveis e não colocamos em evidencia a nossa evidencia.

         A palavra hoje dita é mesmo que nada, nossas promessas são palavras vazias ao vento sem direção e muito menos compromisso.

         Vivemos cheios de respostas prontas e motivos diversos para romper o que queremos e na hora que gostaríamos de romper...

         Não temos mais a hombridade de ouvir e muito menos entrar em um acordo...

         A nossa paciência já deveria ter mudado de nome. Não a temos mais...

         Nossos feitos, realizações, as intimidades e coisas que só se tem e se vive a dois já não interessem mais e compartilhamos a vontade...

         Vivemos em dias que começamos muitas coisas, sem pensar, sem calcular, sem realmente saber se vamos magoar.

         Ferir sentimentos? Antes ele (a) do que eu...

         Se der bem, se não der assim seja!

         E para piorar, aquelas heranças, aqueles seres que de uma união surgem.

         Como se parecem conosco, orelhas parecidas com as nossas, olhos da mesma cor que os nossos, jeitos e gostos idênticos aos nossos.

Nossos filhos?... Estes nem nas considerações entram mais.

         O que quero dizer?

         Porque ajuntar brasas sobre a cabeça?

Porque trazer lutas e maldiçoes sobre a vida?

Por que pensar que o fulano (a) será melhor?

O beltrano (a) pior?

São todos seres humanos, homens e mulheres.

         Homens e mulheres!

         Então tratando de uma ação!

Para os jovens, pensem, repensem e façam a coisa de uma maneira a ver de forma E T E R N A, duradoura...

         Para nós mais velhos cuidados especiais com nosso relacionamento, carinho respeito, fidelidade e dialogo. Sendo exemplo para os novos e motivo para fazerem de maneira correta, baseado na palavra da verdade.

 

         Tenho recebido, tenho compartilhado!

 

Elizeu Batista de Oliveira

03/03/2014

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Que valor?

 
 
Escambo? Nota promissória? Cheque? Títulos ao portador? Poupança? Imóveis? Dinheiro vivo?
 
Hoje faço um leilão, mas a forma de pagamento não pode variar.
 
Gostaria de leiloar um sentimento!  
 
Gostaria de leiloar um bem qualquer!
 
Quero vender alguma coisa.
 
Existiu um tempo em que tudo se trocava, depois, passou a existir trocas de alguns bens mais valiosos por muitos outros de menos valor.
 
Um tempo mais longo se passou e surgiram papeis que diziam a todos a sua intenção e certeza de tal aquisição.
 
E mais um tempo passou e surgiram cédulas e papeis para representar varias cédulas.
 
Mas para cada negociação algo de muito importante existia, caso contrario nada acontecia e não adiantava ter muitas cédulas ou alguns papeis que representassem muitas cédulas, sem esta parte essencial nada acontecia e tudo se esvaia.
 
Acabo de desistir do leilão...
 
Não quero mais vender, agora quero compar...
 
Preciso de algo que esta em falta no mercado e que a muito já não se vê mais...
 
Pago qualquer valor!
 
Alguém tem? Será que encontro? Tenho pensado que não.
 
Então começo minha procura.
 
O que foi que eu disse ontem mesmo? Nossa não me lembro.
 
Minha promessa de pagar, quando foi mesmo? Eu disse que pagaria?
 
Eu não me lembro mais do que o reverendo disse, mas um sim naquele dia eu me lembro que disse.
 
Foi pra que mesmo?
 
A subsistência o cuidado o zelo pelos que de mim viessem a surgir garanti que seria sempre mantido...
 
Filho é para o mundo mesmo...
 
Eu disse que não tinha outra, ela num vai mesmo saber, sou bem esperto...
 
Compromisso às oito da manhã, uns minutinhos a mais não faz mal...
 
Disse que seria obediente aos meus pais...
 
Disse que me empenharia na minha função, meu trabalho...
 
Disse que chegaria sempre no horário...
 
Disse que seria sempre um jovem que respeitaria a bela jovem apaixonada...
 
Disse que seria fiel e que somente a morte seria capaz...
 
Disse que assumiria a minha responsabilidade de pai e sempre estaria junto...
 
Disse que assumiria a responsabilidade por uma família ora constituída por mim...
 
Disse que manteria em dia todas as minhas obrigações e responsabilidades de cunho financeiro...
 
Disse que seria alguém que iria contribuir com o bem estar de pessoas...
 
Disse que manteria sim a minha... (????????)
 
Eu disse alguma coisa?
 
Estava procurando algo para comprar não é mesmo?
 
É?...
 
Do que estava mesmo falando?
 
Às vezes procuramos coisas que não existem!!!

Elizeu Batista de Oliveira

02/12/2014

 

Shakespeare


O que mais nos provoca medo?

De que temos mais pavor?

Solidão? Falta de amor? Fome? Falta de dinheiro, recursos? Morte? Vida após a morte? Assalto? Desemprego? A vida?

O que mais pode assombrar?

Uma visão paranormal? Alguém que já morreu, um fantasma? Uma besta feroz? Grandes feras do reino animal? Monstros marinhos? Profundezas oceânicas?

O que pode criar maior espanto?

A traição? O abandono? A mentira? A avareza? A arrogância? A futilidade? Mesquinharia? A gula? A s tragédias naturais e aquelas causados pelos próprios humanos?

O que pode causar repulsa?

Uma lepra? Uma ferida podre de infecção? Um acidente onde se vê mutilado o pobre individuo? Um escarro? Um vomito? Uma hemorragia?

 Pavor? Assombro? Espanto? Repulsa? ...  Será mesmo?

Dias de nada nossos dias...

A vida continua e é assim que deve ser... Não é mesmo?

O que está acontecendo lá fora pouco me importa, pouco tem a ver comigo...

Dias de certezas incertas, dias de falta de preocupações com raça, espécie e existência coletiva...

Normal...

Tudo é tão normal, tudo é sempre igual e nada muda, pois é assim mesmo que tem que ser...

Pra qual finalidade?

Não quero nem falar sobre isso... Deus quem me livre de sair da minha zona de... de... Inercia.

Meus movimentos parados, minhas lutas de derrotas, minhas fortunas de perecíveis, meus troféus de corroídos, minhas faxinas de sombras, meus artifícios para nada, minhas negociações e desvalores...

Caminhos sem rumos, voltas sem idas, mesas fartas sem fome, aguas potáveis sem sede, ar puro sem pulmões.

Para que?

Para um dia após o outro dizer que esta vivo e basta?

Para fazer o possível e educar para uma vida de miséria em atropelos de seres viventes?

Para se fartar e se vangloriar mediante a uma comparação ridícula e pobre daqueles que não tiveram a mesma sorte?

Passou da hora...

Pegar a contramão para ir, e esquecer-se da volta, pois os que vivem tentando voltar já morreram a muito...

A banalidade agora é outra...

A fraqueza agora é outra...

O amor e um jargão e se teme em viver tal coisa, babaquice, falta de opção ou descontrole emocional...

O normal? Anormal? Normal? Anormal? Não sei, o que é mesmo? Do que estamos falando mesmo?...

Parou?

Tentou pelo menos entender...

Isso é possível?... Entendimento!

           O que incomoda afinal de contas?

A falta de saber o que não se sabe?

O fingimento de saber sem saber?

O saber e fazer de conta que não o sabe?

O procurar o saber sem saber o que realmente se quer?

Em todo o contesto de onde estamos, criamos espaços, meios, cores, sabores, situações para tão somente fugir, fingir e nos enganar. Para desta forma não vivermos, ou morrermos para a verdadeira finalidade.

O que somos?

Seja você o que realmente é, não invente, não crie um personagem, não faça do físico e palpável algo irreal e fictício.

No mínimo algo que pode acontecer: A harmonia, subsistência e continuidade da humanidade.

 

Elizeu Batista de Oliveira

01/12/2014