domingo, 26 de janeiro de 2020

Fale, comunique-se!



Nos últimos dias e nos tempos atuais estamos meio que cheios, fartos e exautos de tantas e tantas coisas que ouvimos, vemos, lemos e até mesmo sentimos...
Dias em que se percebe o quanto as palavras estão se cumprindo, se concretizando e o quanto a cada dia o controle da verdade tem se esvaído e o quanto estamos perdendo o referencial humano e de perpetualização da humanidade.
A falta de conhecimento, o relacionamento precário e a intimidade com a verdade tem nos distanciado do ideal e perfeito e a cada dia estamos nos isolando, sozinhos ou em pequenos grupos e o que é pior, a essência a muito tem sido esquecida e a verdade já referida tornou-se julgamentos de pontos de vista e nada mais...
Estamos cansados!!!
Todos os dias chegamos do trabalho, da escola, faculdade e de vários locais nos quais precisamos estar e nosso físico e mente estão no seu limite e a única coisa que pensamos é sim nos esconder, nos guardar e ficar bem parados para tentar restituir pelo menos um pouco de energia pois a vida esta tão louca e cruel que nos suga até o ultimo folego, a ultima carga e nossas forças já não existem mais...
Onde quero chegar???
Simples de mais... Como não desanimar?
Como não chegar ao ponto de querer simplesmente fechar os olhos e se desligar deste planeta?
Ou quem sabe mergulhar no mundo da ficção e viver uma realidade alternativa, subjetiva e aliviar as cargas mesmo que de maneira virtual e fictícia?
Uma palavra muito forte essa tal de ´´NUNCA``.
Aplica-la ao nosso dia a dia esta sendo quase impossível...
Nunca e algo tão grande e tão impalpável que no primeiro momento o único pensamento e motivação que temos e de simplesmente desanimar, parar e tão somente abandonar.
 Somente o fato de mencionar um nunca já revela a nossa incapacidade e pouca energia para tal.
Então, Jesus usa esta palavra de uma forma tão objetiva e tão contundente pois se refere ao fato, ao ato de conversar com Ele...
Pode um negocio desse?
Mas antes mesmos de tratar da oração Jesus sinaliza uma nova palavra que parece pesada em nossos dias, pois deveres é algo que já não mais esta no auge em nossos dias, saiu de moda.
Dever, fazer algo se tornou tão pessoal e individual que faz quem quer...
Leis e normas já não são mais tão observadas em dias atuais.
Assim temos duas situações...
Nunca desanimar...
Dever de...
O silencio é muito bom, porem em momentos curtos e na maioria das vezes quando se esta só.
Agora é praticamente impossível viver, estar ao lado e se relacionar com alguém sem comunicação...
Como podemos nos relacionar sem nos comunicar?
Como conhecer alguém sem usarmos esse recurso?
Falar, gesticular, pensar e se expor...
Fica muito claro e de uma objetividade tamanha que não existe a possibilidade de conhecer alguém e torna-se intimo de tal pessoa se não fizer presente a comunicação, que gera relacionamento que gera conhecimento que gera intimidade.
Então Jesus deixa bem claro em poucas palavra...
Fale comigo para que possamos nos conhecer...
Fale comigo para nos tornarmos íntimos...
Fale comigo para eu poder saber o que vai em sua mente e coração. Não que Ele não saiba porem quer te ouvir...
Fale comigo para que eu possa ser seu cumplice e ajudador...
Fale comigo para que eu vá além e te de o que precisas...
Fale comigo para sermos um.
Desta forma convenhamos que o dever tornou-se prazer e o nunca passou a ser natural...
O sempre é real e eterno.

Elizeu Batista de Oliveira
27/12/2018

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

ATÉ QUANDO?


Há dias que o simples mover de uma folha seca, já bem desbotada e abandonada no chão tem o poder de um tsunami e esses dias são aqueles que se tem que calar, fechar os olhos e lembrar que tudo nessa dimensão terrena tem começo e fim...
Dias que como diz o ditado popular de ter comido o filhote no ninho.... Não, dias em que o próprio filhote deveria ter se salvado sabotando-se a si mesmo e nem comparecido na maternidade...
Tempos em que se percebe que não existe tempo suficiente para deixarmos de ser imaturos, pequenos, insensatos e sobre tudo, rebeldes por não conhecer de fato nada e de maior agravante a certeza que voltaremos ao pó tão incapazes e desprovidos de sabedoria como chegamos nesse mundo.
Qual melhor idade para entendermos que tudo isso aqui é uma tremenda ilusão?
Quanto tempo será necessário para aceitarmos que nada iremos entender da tão longa breve vida de incapacidades?
Quantos dias serão necessários para que possamos ser provados que nada é nosso e que tudo apodrece?
Será melhor viver menos para reduzir a quantidade de decepções em pensar que há grandes homens ou mulheres no nosso meio?
Que brisa fria e incomodativa aquela que sai das entranhas dos afortunados que no primeiro momento gera prazer e no final uma inveja mortal a ponto de nos transferir a mente e sonhar com corpos que não nos pertencem?
Que vida longa e cansativa por sempre e sempre correr e correr atrás do vento e a cada posse, a cada conquista nos distanciarmos do sentimento de contentamento e descanso.
Um dia como filhos fomos ingratos, soberbos, inconstantes e cruéis...
Um dia como pais sofremos com a sombra da incapacidade de não ter superado as expectativas...
Um dia como filhos cegos para o que ao nosso redor, bem pertinho está...
Um dia como pais, não lembrando de como éramos ingratos e rudes como filhos...
Um dia como filhos e ver que a melhor vida era a dos amigos, primos e qualquer outro...
Um dia como pais a vontade de saber que imputou tamanha responsabilidade em nós...
Um dia como filhos sonhar com um mundo perfeito e que a casa, a família a qual pertence não é a sua e que era merecedor de algo melhor...
Um dia como pais levantando todos os dias, com dor, fraco, triste e abatido porem indo atrás de mísero salario para dar o que nunca desejou...
Um dia como filhos sonhando que tudo será diferente quando adultos e quando forem pais...
Um dia como pais a ponto de abandonar tudo até mesmo a própria vida por não dar a cada um o que almejam e sonham...
Um dia como filhos esquecendo de ver o quão agradável e indispensável saber que pelo menos existe um sentimento de proteção mínima pela via vida...
Um dia como pais tentando encontrar força e saber para não deixar o leme, a direção e o cuidado.
Mas o tempo passa, para pais e filhos...
Pais continuam imaturos, não sabem como se defender das ofensas e ingratidão dos filhos...
E os filhos com olhos altivos e narizes empinados iludidos com o que veem nas telas, shopping centers, vidas de amigos... porem esquecendo-se de que o dia a dia, a vivencia é de fato a máxima da realidade nua e crua...
Agora, nada se tem a fazer...
As tardes de lazer, os filmes e series assistidas juntos, os pratos e temperos, as noites de grandes temporais...
As nuances, as transformações e tudo o que se viveu e relacionou se desfaz como poeira e nada se pode fazer...
Pais e filhos não se entendem, se julgam sempre superiores e detentores de toda a razão...
E toda a calma, a paciência, o prazer de estar juntos, o risco de segredos revelados, as crenças e desavenças, tudo não passa de pó.
E o que se ouve?
Deixa rolar!!!
Tudo passa, o tempo agora e sempre o grande maioral, ele resolve todos os problemas...
E o tempo passa, e tudo acaba escorrendo para debaixo do capacho da entrada do coração...
As doenças chagam, as lamurias também...
As incertezas invadem as trincas e as fissuras passam a fazer parte da ornamentação...
O que era belo com base na liberdade, hoje é plástico com base na frase que diz que tudo passa...
No final das contas meus 84 anos chegarão e com a certeza que menos preparado estarei, manos sábio serei e que se nada for feito isso tudo será uma realidade e que toda a arte escrita sairá do papel e vida terá para fazer parte de uma lei onde todos seremos seres ocos, sem vida movidos pela fúria de sempre e sempre querer algo e ter algo para suprir e fazer painel para um mundo de outros seres ocos com as mesmas motivações sem saber o porquê.
Assim, não há alegria, não existe pessoas felizes...
O natural tornou-se catastrófico, e o que é belo tem que ser maquiado...
Se temos, estamos anestesiados e vivendo uma realidade virtual e um mundo perfeito...
Porem se nada temos, somos desprezíveis, descartáveis e infelizes...
Então continuemos olhando para além, sem desistir nunca de conseguir algo, e manter algo e ajuntar mais ainda para chegar no final de nossos dias e ver que acertamos em cheio em não ter dado o devido valor ao que realmente tem valor.

Elizeu B. de Oliveira 09/01/2020