sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Diz que... Era assim que ela começava suas histórias.


Diz que...
A aproximadamente, uns 74 a 75 anos atrás, nascera uma garotinha, muita na dela, tinha seu jeitinho, seu espaço seu modo de viver...
Diz que...
Ela era bem experta e sorrateira quando lhe convinha e por ser uma das primeiras filhas desse casal e posteriormente irmã de vários irmãos que seriam todos do tipo correria ela sempre com seu jeito, ajudando no que podia, protegendo sempre esses meninos e sempre muito alegre e decidida...
Diz que...
Seu pai era meio que do tipo bravo, de poucas palavras, mas de muitas varadas. Já sua mãe, doce, meiga e de uma força sobrenatural e que em nada se queixava, mas sempre ali como esposa e mãe presente. Acredito que isso tenha tudo a ver com o que se vê, pois é uma família que às vezes não da para saber que é irmão, quem é primo ou sobrinho... Uma família tipo única. Lindo de se ver e claro, pertencer.
Mas o tempo é assim mesmo, não sossega, não para e essa menina cresce, e muda de cidade e encontra a pessoa na qual como aprendera em sua base, seria sempre esposa e mãe de filhos que viriam a nascer...
Diz que...
Passou muitas barras, lutas grandiosas e invernos gélidos na alma, porem seu jeito de ser, sua essência, sua amabilidade e alegria era sempre contagiante, e o que de mais admirável, não desistiu e nem abandonou. Nada e ninguém.
Às vezes pensamos que passamos por muitas lutas e provas, sim é verdade, porem essa menina que agora já com filhos, recebe forte golpe da vida e perda irreparável e mesmo assim incrivelmente e com uma garra inimaginável, bate a poeira e arrasta com ela seu esposo e filhos e continua firme em sua linda e gigantesca trajetória.
Diz que...
Reuniões de família sem ela... Não tinha a mesma alegria. Incrível como aquela senhorinha dava um jeito de animar a festa.
Sempre muito vaidosa e apaixonada com tudo que fazia sistemática às vezes, porem algo de pessoal que ela tinha.
Conhecia a todos e falava com todos, não suportava deixar ninguém sem movimentar e ela sempre garrida e nunca de cabeça baixa, pelo contraria, era sempre ombro amigo.
Costumava se intitular a mais bela dos irmãos seguida apenas do Pedro, o irmãos que sempre quando podiam estavam juntos...
Diz que...
As vitorias na vida dessa mulher, essa heroína era coisa fácil de ver, porem pouco se falava das grandes batalhas que ela travava com a vida, uma ultima que estive perto e pude acompanhar, me mostrou e me ensinou o quanto uma guerreira quando luta pela vida, não só por si mesma, mas por toda sua família, seus filhos e esposo, manteve-se forte e viva, pois seus sonhos e objetivos eram sempre maiores...
Vencera um câncer!!! Eu estive lá eu vi. Com um jeito simples e meigo nos ensinou a sermos parecidos com ela, e digo mais, quem não usou aquele turbante em sua homenagem quando seus cabelos a abandonará no período do tratamento?
Diz que...
Sua fé, inabalável, ensinando seus filhos e sendo sempre referencia para que nunca se desviassem do caminho e como de fato não o fizeram...
Filhos e netos saudáveis, cristãos tementes a Deus e pessoas capazes de fazer diferença e serem relevantes onde quer que possam estar.
Porém, os planos do Criador são maiores que os nossos e é Ele o Pai que decide cada momento das nossas vidas e mesmo que no momento presente não possamos entender tais vontades e acontecimentos, continuamos a crer que Ele esta sempre no controle e que um dia entenderemos e nos proporcionará um reencontro de muita alegria.
Agora, nos cabe mesmo e viver esse luto e essa despedida, mas com cheiro suave e sentindo uma brisa gelada do fio da partida e da separação, mas com sentimentos de vitorias, de esperança, de amizade, companheirismo, fidelidade, mansidão, e sobre tudo amor, pois é bem assim que se pode traduzir esse nome e a pessoa linda e sobrenatural que foi entre nós e continuará sendo nossas saudosas recordações, MARIA TERESA TELES, TIA MARIA.

Elizeu B. de Oliveira – 21/02/2020
 Em nome de todos nós que amamos essa linda mulher!

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Pergunte a ela a que veio!


Todos os dias quando não somos nós acometidos por uma dor ou mesmo uma enfermidade, alguém próximo a nós ou longe de nós está. 
Isso é algo normal e completamente aceitável devido ao nossa condição humana, fisiológica e se posso dizer perecível, afinal nesta atmosfera na qual vivemos não há nenhum ser eterno.
Não estou aqui fazendo uma apologia à aceitação de uma dor, uma doença ou quem sabe uma vida de dores e mesmo assim satisfação, convenhamos que a dor, a doença e muito ruim e melhor seria se não as tivéssemos. 
Porem gostaria de trazer aqui uma colocação de Elizabeth Lesser, escritora e consultora sênior do Ômega Institute nos Estados unidos, onde ela questiona os motivos reais da dor e das possíveis enfermidades.
Se elas existem, sim elas existem. Mas a grande questão é: Por quê?
         Segundo Elizabeth, a pergunta deve ser feita sempre e dai extrair o real motivo da mesma e assim entende-la e não deixar de passar por ela, sentir, mas pergunta-la o seu porque, porque dessa dor, o que ela veio dizer, mostrar, entregar.
Nota-se que ao olharmos as dores e enfermidades por essa ótica, tudo começa a revelar um novo horizonte, e nos faz sermos mais compassivos, pacientes e até mesmo fortes a ponto de suporta-la e rompe-la de maneira sabia e vitoriosa.
São em momentos de dores e enfermidades que pessoalmente falando, nos colocamos em um modo reflexivo, ao nos interiorizarmos começamos a encontrar lacunas a serem preenchidas, feridas a serem tratadas, pontes a serem restauradas e relacionamentos reconstruídos. 
Passamos a ver devido ao tempo em que estamos de estagio paciente e imóvel, tudo aquilo que não conseguimos ver por não pararmos para nada.
Além disso, a dor nos faz relembrar a nossa real capacidade e nos coloca em sintonia com nossas limitações e fraquezas bem como nossas forças que muitas vezes a escondemos ou deixamos de crer nelas.
Por outro lado, a dor vem nos entregar o que de melhor temos, nossos relacionamentos pessoais... Amigos, parentes e toda a sorte de contatos que torcem para que tudo possa ficar bem e que até que isso aconteça estão ali para consolar, animar e ajudar em tudo quanto for preciso.
O que ela veio entregar?
Pare e se pergunte, o que a dor vem lhe trazer?
Seja sensível a essa dor e essa possível enfermidade e veja na sua essência o que de rico e grandioso ela trás e o seu poder em unir, em nós mesmo para dias futuros melhores e mais ricos e unir pessoas para que o corpo seja saudável.
Mesmo que em casos mais dolorosos ela seja terminal não deixe de pergunta-la, tanto para quem a sofre quanto aqueles que a acompanham.
Dor a que você veio?
Terás grandes surpresas!
Tenho recebido, tenho compartilhado!
Elizeu B. de Oliveira - 16 de fevereiro 2020