quarta-feira, 27 de abril de 2016

ALGUNS DIAS...

Um dia alegre...
Sim, muitos dias, na verdade incontáveis...
Mas claro que dias diferentes existe e acredito que até necessários.
Estranho dizer necessários, mas é uma grande verdade, dias assim são como velórios, nos remete a pensamentos profundos e lógicos sem lógica...
Digo sem logica, pois estes dias de escuro, dias de frio, dias parados e sem aquelas deliciosas brisas nos faz fazer coisas que muito se é necessário, e dentre elas nos ouvir. Mesmo que esse negócio de nos ouvir seja uma tremenda furada, mas às vezes é muito bom falar com a gente mesmo.
Ouvir um pouco de bobagens, utopias, poderes imaginários e irreais...
Ouvir do ambiente, pois, quando paramos conseguimos prestar atenção naquilo naqueles que nos rodeiam...
Ouvir o nada...
Quando o frio chega, quando a noite é real e a primavera cheia de cor parece somente em seus sonhos, são nestes dias que você começa a se mexer, mudar de lugar, reajustar sua direção, sua posição.
Quando o que você esperava não veio...
Quando a ida foi cancelada...
Quando a sua aposta deu em nada...
Quando seus projetos foram arquivados...
Quando seus sonhos são perturbados...
Quando sua postura foi desacreditada...
Quando sua nota não saiu da media...
Quando seu argumento não convenceu.
Então nos vemos assim, sozinhos, tristes e incapazes...
O desanimo vem e faz sua morada...
A frustração te abraça...
E suas forças se vão.
Procurar alguém? Procurar por ajuda? Desabafar?
Nem em sonho, até mesmo porque ninguém pode saber o que se passa. Não sabe o seu dia a dia e o que queres para sua família...
Ninguém pode saber!
Eles chegam...
Dias escuros e extremamente difíceis...
Dias intensos e implacáveis...
            E nos deparamos com a nossa encruzilhada... Paro, continuo ou volto?...
O que fazer?...
Na grande verdade creio que é uma resposta que não cabe a mim, ate mesmo porque ainda não consegui me responder...
Acredito que cada ser tenha que garimpar sua resposta e aproveitar este momento para aprender, redirecionar, refazer ou desistir...
Assim, deixe-os...
Deixe que estes dias lhe envolva e lhe mostre em tempo hábil ou não, que realmente deve ser feito ao seu redor e com você.
Elizeu B. Oliveira

27/04/2016

terça-feira, 26 de abril de 2016

... Existe alguém de coragem assim?

Se caso um dia alguém vir a lhe perguntar o que queres, agradeça-o e louve-o, pois de todas as situações que vivemos, e que ainda vamos ter que viver, é frutos de situações que simplesmente nos colocaram sobre as costas...
Parece assim meio que ruim, triste, nada prazeroso...
Não, digo sim que não tem nada a ver com ser ruim, claro que tem certas situações, obrigações que se pudesse eu pediria pra passar...
Mas tentando ser mais claro, e específico... Eu sou muito ruim...
Eu pessoa, ser humano, dotado de inteligência, sabedoria, dons e virtudes...
Eu ser humano que vivo a tentar intender minhas atitudes e ações...
Eu ser humano, gente, pessoa que se pudesse, refazia muitas coisas e dentre muitas coisas deixaria de fazer varias delas...
Hoje a cada um é posto ou mesmo lhe dado cargas, atributos e afazeres...
Confesso que no primeiro momento parecia maravilhoso... Mas que fadiga.
Não pense que é reclamação, ou mesmo lamurias por uma vida de coisas e situações difíceis ou impossíveis. Não mesmo!
É só a liberdade de dizer a verdade!
E digo mais, vivemos hoje camuflados, cheios de desejos contidos, reclamações digeridas e raiva contida...
Envelhecemos velozmente por tudo isso!
Talvez seja uma maneira que criei para extravasar, furar o bloqueio sentir mais leve... Talvez!
Mas assim como eu, muitos não falam, não gritam, não esbravejam, não choram...
Não extravasam...
E quando o faz, fazem de modos e maneiras erradas, tomam caminhos enganosos e se deixam levar por algo que nem sabem o que é...
Podemos sim, extravasar, mas não deixarmos de sermos filhos...
Podemos sim extravasar sem deixar de ser maridos ou esposas...
Podemos sim extravasar e não deixar de ser pai ou mãe...
Podemos sim extravasar e não chutar o pau da barraca.
Mas...
Podemos sim, entender os momentos e angustia e depressão de quem nos rodeia, um amigo, um irmão, pai ou mãe, esposo ou esposa, filhos...
Podemos sim deixar que extravasem, mas que de uma maneira solidaria ficamos surdos e mudos...
Podemos mostrar compaixão sim, ate mesmo na expectativa da física, pois o que uma ora acontece com os outros pode acontecer com você.
E assim eu extravaso...
Amo meus pais, quando me presenteiam, mas os odeio quando sou corrigido...
Amo meus irmãos quando se sacrificam por mim, mas não quero vê-los quando me dizem algum não...
Amo minha esposa, mas a odeio quando a vejo como juíza...
Amo meus filhos, mas odeio ter que velos quando enfermos.

Elizeu B. oliveira

26/04/2016

quinta-feira, 21 de abril de 2016

UM LUGAR ESPECIAL!!! (homenagem a uma amiga farmacêutica)


Existem vários, mas hoje em homenagem a uma grande amiga gostaria de falar sobre o cantinho escuro das caixinhas.
A manha já não estava muito legal, a cor branca pálida da sua normalidade estampada de forma bem forte, e aquele jeito séria e ao mesmo tempo inflamado no rosto dizia que o dia não seria dos melhores...
A pergunta sempre vem e para nós profissionais do ramo farmacêutico é uma resposta fácil e ao mesmo tempo difícil de responder.
O que fazemos quando estamos doentes? Pra onde vamos quando não estamos bem fisicamente? A quem recoremos?
As pessoas de modo geral têm um pensamento sobre nós que trabalhamos em farmácias e drogarias, que sabemos de tudo e que podemos resolver todos os problemas de saúde das pessoas, claro, tem também aqueles que acreditam fielmente que somos médicos disfarçados de balconistas e farmacêuticos...
Doce engano!
E será mesmo?
Às vezes estamos sobrecarregados e o dever gerado em nós pela cobrança das pessoas de sempre termos as respostas e indicações precisas e perfeitas nos deixam reféns de deveres e situações as quais muitas vezes não conseguimos suportar, isso acaba gerando em nós um nível de stress tão alto que passamos a nos ver de uma forma incorreta. Isso nos faz tomar decisões e atitudes que vão alem de nossas reais forças, entendimentos e razões...
Dias que chagamos na farmácia e a primeira coisa que acontece, transformamos.
Depois passamos para ouvidores sem causa...
Amigos imaginários, parceiros de trabalhos...
Algumas vezes dormimos com eles e acordamos com eles, suas vidas intimas e pessoais são para nós livros e mais se parecem contos de fadas...
Terror ou filme policial tem de tudo. Situações e estórias que se não interrompe-los ficam todo o nosso período de trabalho ali, falando, falando e falando.
Se de repente surgisse a pergunta: Se nos tirasse isso, sentir-mos-ia falta? Sou capaz de dizer que não sei!
O não sei é realmente para soar como não sei mesmo, pois acostumamos com pessoas e suas situações, anseios, dores, falhas, enfermidades, sonhos, inflamações, saudades, cólicas, separações, idas e vindas...
E essa passa ser nossa vida...
Então alguns dias, como já estava dizendo chegamos assim meio que moribundos, precisando daqueles profissionais de farmácia citados e não os encontramos, as dores vem, o cansaço, a enxaqueca...
Medicamento não são problemas, todos os que tínhamos e poderíamos já foram ingeridos e nada...
Talvez seja físico...
Talvez a alma...
Mas a dor vem, fica, fica e não mostra nenhum sinal de partida...
Então o que me resta é ir para um único lugar que poderia talvez me servir de alento...
Uma sala pequena, cheia de medicamentos tarjados e controlados, escura e com uma pequena tela de computador acesa...
Ali, a super farmacêutica tentando não pensar...
Não pensar na dor...
No tempo que ainda lhe resta para concluir sua jornada de trabalho...
Na família...
A dor não a deixa pensar, os amigos, colegas tentam animar, mas a sala escura...
Ainda é o, melhor lugar...
O tempo passa e nada.
Devo ir, quem sabe amanha eu volto, sem dor, sem choro sem o desejo de ficar só...
Talvez eu volte, restaurada, na verdade branca como sempre, exigente como sempre e farmacêutica como sempre...
Amanhã eu volto, mas com a certeza de que sou humana, frágil e se caso precise...
Volto para meu cantinho escuro das caixinhas!
Elizeu B. Oliveira

21/04/2016

terça-feira, 12 de abril de 2016

A MELHOR DESCULPA?


Bem, já que vou morrer de qualquer maneira mesmo...
Acho que vou mesmo é ficar por aqui!
Pra que gastar tempo, dinheiro energia, saliva, força, combustível, calçado, roupa...
Pra que correr atrás de tantas e de tantos?
Alguns dos bons anos da minha vida que se passaram, na verdade nem estava lá, minha infância antes dos quatro anos, talvez três... Não me lembro de nada mesmo...
Acho que por este motivo que foram tão bons...
Depois disso, só rolou correria, sempre e sempre tentando...
Me encontrar...
Me agradar...
Me entender...
Me encaixar...
Me arrumar...
Me locomover...
Me satisfazer...
Sobreviver, tentando...
Agradar alguém...
Obedecer alguém...
Entender alguém...
Ser amado por alguém...
Se apresentar para alguém...
Conquistar alguém...
Satisfazer alguém...
Aprender com alguém...
Entender um alguém...
Dia após dia me desdobrando para entender as pessoas e as coisa se prejulga-las, mesmo sendo um grande juiz incapacitado.
Dias e muitos dias vivendo a constante da vida de todos e igual a todos, mesmo que em diferentes lugares e com posses diversas, credos diversos.
Mas com as mesmas lamurias, incertezas e fragilidades...
Tentando todos os dias mudar e talvez ser mudado...
Moldado constantemente, mesmo sem querer, mas se vendo todos os dias diferente do dia anterior...
E o grande e amigo carrasco, o tempo, não fazendo nada, absolutamente nada para intervir, ajudar ou ate mesmo aplacar a ira que os dias geram de não saber a resposta concreta para a inconstância das situações internas e externas de seres e seres...
Dias de glorias, dias de fracassos...
Dias de resposta e dias cheios de incógnitas...
Dias esplendorosos e dias de desastres inesquecíveis...
Dias sem saber sabendo que de nada se vale o que se acumula por estas bandas de cá, mas que vivemos com malas cheias de ilusões e fantasias para que um dia, ou talvez uma noite possamos encontrar um lugar para colocar toda essa fortuna de tralhas de motivos inúteis de se correr tanto e tanto atrás do vento.
Elizeu B. de Oliveira

13 de abril de 2016