Hoje ao olhar para o céu já não vejo
mais o que outrora conseguia ver...
Vejo as grandes possibilidades de
infinito e a potencialidade que nós seres humanos desenvolvemos, o poder terrível
que temos de desbravar o universo e mesmo com todo esse poderio não conseguir
ver nada de extraordinário, porém criamos coisas extraordinariamente destrutíveis
a cada um ser vivo que ainda está vivendo na terra e quem sabe ou porque não
dizer no universo.
Não evoluímos...
Aprendemos a desenvolver maneiras de
nos enganar enganando outrem...
Aprendemos ser grandes negociadores e
tudo o que fazemos hoje tem um fundo, um princípio obscuro de simplesmente nos
blindar e criar gorduras para que se tudo a nossa volta apodrecer estaremos
gordos e seguros, afinal essa é a razão da subsistência.
Regimes foram criados e pessoas
tentam de todas as maneiras criarem formas legais de amoldarem tais recursos e
de novo, no fim das contas tirar a nossa parte e sempre acumular para depois
quem sabe ver que nem tudo aquilo deu para ser usado e o que se vê são acúmulos
e acúmulos de toneladas de lixos jogados fora, muitos às vezes até aproveitáveis,
mas muitos também altamente tóxicos, desses do tipo que saem das nossas bocas e
que ferem, aniquilam e matam.
A começar daqueles que se classificam
como consanguíneos, que em tempos atuais tentam somente manter aparências, tais nem
sabem o que se passa com seus “parentes” e isso se vê numa via de mão dupla,
sendo que muitos não querem nem saber, vai que me tirem da minha zona de
conforto...
Outros por pior que estejam nem seus
laços sanguíneos são capazes de destruir a arrogância e soberba ao ponto de
deixar transparecer suas possíveis mazelas e quem sabe necessidades, não se
expor ao ridículo e dar a chance de se mostrarem fracos e menores.
Lembro-me dos amigos que tinha quando
criança comíamos no mesmo prato e vestíamos as mesmas roupas, não tínhamos por
prazer as diferenças e tentávamos ao máximo sermos parecidos uns com os outros, e
sem sermos ensinados ou possuidores das grandes instruções que hoje se prega, reconhecíamos
o potencial de cada um e existia uma veneração saudável ao ponto de
equalizarmos sempre que possível.
Claro que se pegarmos a sociedade num
todo, teríamos que digitar por vários dias, mas entre algumas das suas
vertentes relacionais, pincelar algumas é necessário e nos remetem a
pensamentos que a muito não nos damos ao luxo ou quem sabe a perca de tempo de fazê-lo...
Politicamente vivemos entre feras e
monstros que vivem em prol ao poder e consequentemente a grandes riquezas.
O fato de estar por cima, ter a notoriedade de todos e não se preocupar com os
boletos no final de cada mês, juntando ao fato de que uma vida de luxo e de todos
os prazeres possíveis de se ter enquanto vida ter, isso faz de uma sociedade
gladiadores em tempo integral e transforma uma nação em um campo de guerra onde
os mais fracos como crianças, e velhos servem apenas como propaganda para
angariar mais adeptos-guerreiros...
E assim nada mais se mostra do que
aquela gordura que não pode deixar de ser mantida e acumulada sem limites...
Esbarramo-nos em grandes “homens” que
por se sentirem grandes e donos de maquinas, faz de seus colaboradores, súditos maltrapilhos. O valor que ao longo da historia tentaram lhes dar em forma de salário não
passa nem perto do que seus potenciais lhes qualificam, tendo a via de volta
onde se baseando de pagar mal com mal, são péssimos no que fazem e não se
qualificam para serem melhores para si mesmos e ter em si a certeza de que o
valor real mora no caráter que gera brio e descanso nas noites bem dormidas.
Chegamos aos grandes e pequenos
templos, nas grandes e pequenas reuniões e o que vemos é simplesmente um amontoado
de pessoas desesperançadas e sem rumo, pois suas atitudes são inexistentes e
querem que suas sortes sejam mudadas como simples passos de mágica...
Uns tentam a sorte nas loterías dessa
vida, e claro tudo aqui parece uma grande loteria, afinal tem muita gente
pedindo a Deus para ajudarem naquela fezinha que andam fazendo nos jogos de
azar de todas as quintas...
Muitos se dão ao luxo de se alto
intitularem o que pode acessar o provedor e as providencias, e por mais que
pareça impossível, estes são aclamados e seguidos por uma incontável multidão
que vivem anos e mais anos a espera de milagres, migalhas que ora e outra caem de entre
seus dedos sem que este tenha desejo algum de alimentá-los...
Muitos clamam por socorro e providências
de seus próprios apareados, cantam juntos, comem juntos e nunca são
suficientemente verdadeiros uns com os outros e ai de novo defendendo minha
gordura e quem sabe querendo angariar um pouco mais...
E por final, não final da historia,
mas de toda essa minha história, olhamos para o céu...
E de la que vem o socorro?
Mas o que estamos vendo de fato ao
olhar para o céu? Se é que estamos olhando para ele...
E que socorro afinal de contas é
esse?
Bem não quero que ninguém se engane,
mas o socorro que de lá vem, pode não ser bem o que tanto gostaríamos que fosse.
Elizeu B. de Oliveira –
21/06/2020