domingo, 5 de agosto de 2018

Esperança!



Dias de reticências ou ponto final?
Dias que já terminam sendo que parassem nem ter começado...
Dias de penumbra, de frio seco e de gélidos contatos...
Dias que o escuro tornou-se claro e que luz é sinônimo de fábulas e contos de fadas...
Dias de guerra e de muitos cadáveres e somos um deles...
Dias de esquinas e muitas indecisões e becos silenciosos e sem saída...
Dias em que o sol nasce porem o tempo impetuoso e nuvens negras e carregadas de furor riem da sua cara...
Dias de multidões e de poucos amigos...
Dias de muitas pessoas, mas bem acompanhado da solidão...
Dias de negro humor, os motivos para risos não existem...
Dias de risos falsos e amarelos, a dor interior e implacável...
Dias de grutas, cavernas e labirintos...
Dias da fraqueza cheia de músculos e ativa...
Dias de fúria, de arrochos, de fios...
Dias em que o que resta e as magrelas e bambas pinguelas...
Dias em que nos vemos como somos. Ou não!
Dias em que seu grito se esconde no peito, na garganta e sua boca transforma-se em lápide sobre um sepulcro...
Dias em que a nossa majestade não nos serve para nada...
Dias em que nossas roupas de gala se revelam os verdadeiros trapos se mostram, isso é o que são...
Dias em que cada hora que passa, passa em sentido contrário e que o dia não é longo e sim eterno...
Dias em que nossas asas estão secas, nossos olhos escurecidos, nossas almas amarguradas...
Dias que as grandes histórias e os memoráveis acontecimentos foram transferidos para outros...
Dias em que o que achamos que é nosso se torna de verdade nossos...
Dias em que a agua não mata a sede, o fogo não aquece e a dor torna-se mais um de seus muitos membros...
Dias em que vemos sem ver e nosso redor não nos diz muita coisa...
Dias em que todos os cumprimentos se parecem mais com xingamentos e perjúrios...
Dias em que qualquer coisa é qualquer coisa e o que vier deixou de ser lucro...
Dias em que nossos laços foram rompidos e que todas as tiras e fitas que nos ligavam parassem fios de fumaça onde o vento espalha...
Dias em que o sozinho é sofrido, mas eficaz...
Vinte e quatro horas eternas...
Uma vida inteira vivida em um dia fúnebre, onde nos encontramos infermos, sujos, cansados, amassados, ridicularizados, sem esperança e aprisionados...
Uma vida inteira em vinte e quatro horas de sofrimentos, arrependimentos, vontades e sonhos...
Horas eternas e internas de um ser arrastado, devastado por vontades, desejos...
Eternas, pois elas nos sacrificam, consumem-nos por dentro.
Quantas vezes errei?
Quantas vezes podemos errar?
Posso fazer algo para mudar e cauterizar toda a dor, sofrimento e o mostro do arrependimento?
E agora?
Continuo? Vou além e vivo um dia por vez?
Dopo-me e me entorpeço para não viver a realidade e criar um universo paralelo e sem dor?
Encolho-me e com os olhos praticamente fechados vejo a vida passar?
Parar de viver para mim e para os outros?
Deixo tudo e passo as responsabilidades para outros?
Grito? Choro? Falo ou emudeço?
Abro a porta que ha em mim mesmo, entro em mim e me tranco por lá!
No meu silencio, no escuro da minha alma e nos lugares intocáveis do meu ser espero...
Pois sei que em algum lugar, no mais profundo abismo da minha alma e talvez no amago de um lugar que terrivelmente distante e praticamente inexistente vou encontra-la...
Assim me sinto seduzido, anestesiado.
Tudo pode mudar!

Elizeu B. Oliveira

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