10 porque com o coração se
crê para a justiça, e com a boca se confessa para a salvação.
No que de fato temos
crido?
Ou em quem temos crido
de fato?
Nestes últimos meses tenho me observado
com mais atenção e junto dessa observação individual tenho observado muitas
outras pessoas... Pessoas que estão dia a dia próximas a mim...
Tenho quisto através de uma forma
sutil e objetiva, extrair das pessoas e de mim mesmo através de suas falas e
através do que eu mesmo tenho proferido com meus lábios o que se tem sido
produzido. E direi uma coisa, é preocupante.
O que tem saído de nossas bocas?
O que temos proferido dia após dia?
Nossas vinte e quatro horas tem sido
marcadas pela quantidade de coisas que falamos, lançamos ao ar, palavras e
palavras que de muito não tem servido para muita coisa. Perdoe-me pela
colocação que parece ser rude, mas é uma constatação verdadeira. Se não assim o
vê, faça um teste.
Então voltando ao texto de Romanos 10:20,
isso passa a gerar em mim certo temor e uma tristeza muito grande, pois a
avaliação que faço do mesmo é que da minha boca sairá o que de cheio esta meu
coração, meu entendimento.
O que confessar?
O que dizer externar através dos meus
lábios?
O que mostrar? Que direção minha voz
apontara?
Nossos lábios estão carregados de
palavras torpes...
Cheias nossas bocas de espadas, não
de amor e cheias de farpas que ferem e destroem...
Sons que mais machucam e ferem...
Ruídos e mais nada.
Ao levantarmos de nossas camas ao
começar o dia e durante o mesmo e até ao final dele, destruímos e não
construímos com nossas palavras...
E vou além...
Por mais que tentamos, e muitas vezes
até tentamos passar palavras de alento, coragem e vigor porem, elas não se
firmam, não se solidificam, pois as mesmas de onde vem nada têm de base.
Falamos por falar e quando esta mesma
não vem da verdade e da mais profunda experiência pessoais com o criador, por
mais que ela exista é vazia e perde seu efeito antes mesmo que produza algum
efeito.
E assim vivemos de maneiras e formas
vazias, pois o que deveríamos falar não vem de um coração cheio, confiante,
conhecedor e convicto, mas sim de uma confiança provida, gerada de algo que se
vê e não do que realmente é. Vem de nós mesmo.
Temos até crido...
Talvez para outros e não para nós
mesmo.
Nossos corações estão cheios de muito
do que vemos...
Novelas, filmes, ficções e contos
mentirosos errôneos e que nos empobrece a cada hora...
Imagens que recebemos e que faz das
janelas da nossa alma privadas e faz de nosso interior um lugar fétido e um
coração mais parecido com esgoto...
Nossos ouvidos cheios de comichões e
ludibriados com musicas profanas e versos maliciosos...
Frases e rimas imundas, a melodia e a
rima de pouco se percebe e suas mensagens são diretas, vendam-se se traem,
engane a todos, tenha muitos amores, seja feliz em sua infidelidade e
destrua-se rapidamente e tragicamente com vícios e bebedices...
E por fim, em todo esse contesto, nos
sentimos salvos, pois não temos mais a possibilidade e perceber que a matéria humana
tornou-se matéria somente e que a alma, a mente, o psíquico transformou-se em
uma memoria externa que a cada manha se limpa e engana-se em pensar que é alguém.
O que se esperar de uma boca onde um
coração esta cheio de nada?
...
Enchei-vos do Espirito!
Elizeu B. de Oliveira – dez 2017
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