Quem sou eu? Quem é meu pai? Quem foi
meu avô? Quem foi meu bisavô?
Quem foi...
Nestes últimos dias tenho pensado
muito sobre esta questão de pessoas que vieram antes de mim e que ações e reações,
quais transformações e emoções, o que de fato tenho vivido e repasso de todos
estes que me antecederam e como devo seguir para que isso, esse LEGADO, continue.
Hoje vivo de uma maneira insólida no
que diz respeito a raízes, às vezes a sensação é que sou uma planta aquática que
flutua e flutua e é levada de um lado para o outro sem fundamentos e solidez...
Não que não tenha meus ideais e princípios,
não que eu não tenha meu credo e minha fé, não que eu não tenha uma largada e
uma chegada, mas o fato de conhecer e entender minhas reais estruturas e por
meio delas ter a certeza e a convicção que pertenço, faço parte e sou alguém que
de uma maneira sensata e convicta conheça o passado, entenda o presente e se
projeta para o futuro a espelhar as gerações que de mim virão.
Temos uma historia cor de pele, do
cabelo, cor dos olhos, maneira de agir de falar, preferencias, gostos...
Estas coisas não vem do nada, isso
não se cria da noite para o dia, isso não se aprende do nada e sua estrutura é
proveniente de quem foi como foi e o que lhe foi passado pelos seus
antepassados...
Meu pai, Alfredo...
Meu avo, Hildebrando...
Meu bisavô, não sei...
Isso é terrível...
Quem foram? O que faziam? Como viviam?
Suas situações? Suas limitações? Seus sonhos? Seus desejos? Profissão? Eu nada
sei... É estarrecedor e vergonhoso... Quem sou se não sei que fui...
E isso se propaga isso continua, isso
continua a acontecer e hoje meus filhos continuam como eu, sem saber, sem
conhecer e tão pouco se mostram interessados e bem menos instigados a saber...
Serão homens e mulheres vazios, sem
base, sem princípios sem legados...
Homens e mulheres desinteressados,
sem nome, sem família, sem afeto...
Serão plantas aquáticas com raízes que
boiam...
E a pergunta que não se cala...
Quem serei eu? Alguém se lembrará de
mim? Deixarei uma historia? Um legado? Meus bisnetos saberão meu nome? O que eu
fazia? Gostava? Falava? ... Não sei mesmo, mas, vou o mais rápido possível
mudar este quadro e não deixar que uma história familiar, sim, uma história de
lutas e vitorias, choros e risos, dores e alegrias, frustrações e realizações...
Não vou deixar que se apague, acabe como
um bolo de festa de criança, não vou deixar que meus sonhos, meus projetos e
minha crença se evapore, não deixarei que ela desapareça, mas que seja continua
e eterna...
Perdurar e nunca acabar, direcionar e
fazer por todos notada que somos um como família, princípios e unidade.
Quem sou eu?
Sou um pouco de cada um que me
antecedeu...
Não sou único, mas parte de um todo,
assim como serão meus filhos, netos, bisnetos e assim sucessivamente...
Elizeu
B. de Oliveira – 04/12/2016
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