sábado, 3 de dezembro de 2016

Mateus – capitulo 1

Quem sou eu? Quem é meu pai? Quem foi meu avô? Quem foi meu bisavô?
Quem foi...
Nestes últimos dias tenho pensado muito sobre esta questão de pessoas que vieram antes de mim e que ações e reações, quais transformações e emoções, o que de fato tenho vivido e repasso de todos estes que me antecederam e como devo seguir para que isso, esse LEGADO, continue.
Hoje vivo de uma maneira insólida no que diz respeito a raízes, às vezes a sensação é que sou uma planta aquática que flutua e flutua e é levada de um lado para o outro sem fundamentos e solidez...
Não que não tenha meus ideais e princípios, não que eu não tenha meu credo e minha fé, não que eu não tenha uma largada e uma chegada, mas o fato de conhecer e entender minhas reais estruturas e por meio delas ter a certeza e a convicção que pertenço, faço parte e sou alguém que de uma maneira sensata e convicta conheça o passado, entenda o presente e se projeta para o futuro a espelhar as gerações que de mim virão.
Temos uma historia cor de pele, do cabelo, cor dos olhos, maneira de agir de falar, preferencias, gostos...
Estas coisas não vem do nada, isso não se cria da noite para o dia, isso não se aprende do nada e sua estrutura é proveniente de quem foi como foi e o que lhe foi passado pelos seus antepassados...
Meu pai, Alfredo...
Meu avo, Hildebrando...
Meu bisavô, não sei...
Isso é terrível...
Quem foram? O que faziam? Como viviam? Suas situações? Suas limitações? Seus sonhos? Seus desejos? Profissão? Eu nada sei... É estarrecedor e vergonhoso... Quem sou se não sei que fui...
E isso se propaga isso continua, isso continua a acontecer e hoje meus filhos continuam como eu, sem saber, sem conhecer e tão pouco se mostram interessados e bem menos instigados a saber...
Serão homens e mulheres vazios, sem base, sem princípios sem legados...
Homens e mulheres desinteressados, sem nome, sem família, sem afeto...
Serão plantas aquáticas com raízes que boiam...
E a pergunta que não se cala...
Quem serei eu? Alguém se lembrará de mim? Deixarei uma historia? Um legado? Meus bisnetos saberão meu nome? O que eu fazia? Gostava? Falava? ... Não sei mesmo, mas, vou o mais rápido possível mudar este quadro e não deixar que uma história familiar, sim, uma história de lutas e vitorias, choros e risos, dores e alegrias, frustrações e realizações...
Não vou deixar que se apague, acabe como um bolo de festa de criança, não vou deixar que meus sonhos, meus projetos e minha crença se evapore, não deixarei que ela desapareça, mas que seja continua e eterna...
Perdurar e nunca acabar, direcionar e fazer por todos notada que somos um como família, princípios e unidade.
Quem sou eu?
Sou um pouco de cada um que me antecedeu...
Não sou único, mas parte de um todo, assim como serão meus filhos, netos, bisnetos e assim sucessivamente...

Elizeu B. de Oliveira – 04/12/2016

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