Como as coisas mudam em nossas vidas, não é mesmo?
Quando menino, a euforia tomava conta todas as vezes que eu iria viajar, e como era bom este sentimento.
Estar dentro de um ônibus era algo assim arrebatador, algo surreal. E me lembro que os dias eram contados apartir do momento em que sabia que uma viajem estava para acontecer.
Colocava-se a melhor roupa, a mais nova, se perfumada e sonhava acordado com tudo aquilo que me esperava.
As malas, nem se fala, era como se fosse um ritual. Roupas mais grossas em baixo tipo a calça, a bermuda, a toalha. As roupas mais leves em cima, camisas.
Nos bolsos laterais da bolsa, as roupas íntimas, meias e coisas como escova, pente, creme dental...
Tinha também fones de ouvido e CD player. Nossa! Era tudo.
Dia do embarque eu ali a postos mala na mão esperando a etiqueta para colocar na alça da mala. Nessa época o cobrador quem fazia isso é como até hoje a Viação Pretti e a Viação Águia Branca, mandando na linha. Hoje rota.
Entrava no ônibus, um sonho acordado, uma realização sem fim, um êxtase por tudo aquilo estava acontecendo. Era divino.
A frente próximo ao motorista era meu lugar favorito mas nem sempre dava. A janela então, extremamente perseguida e claro a cabeça sempre do lado de fora...
Íamos brincando, conversando, fazendo planos para o passeio, era a melhor parte. Como era bom.
Quando a tarde ia caindo, o sono batia e o ruído diminuía, tudo ficava mais tranquilo. Era a hora de descansar.
Conforme era a viajem, tornava-nos quase parentes de todos no onibus, muito legal. Compartilhavamos lanches e bebidas e todos entravam nas histórias era uma verdadeira festa dentro do ônibus.
Chegando em nossos destinos, a tristeza e o chororô, pois, a festa do ônibus estava acabando.
Era bom assim, ida e volta e era ruim assim quando tudo terminava.
Há mais uma coisa muito importante, tinha um tal de papelzinho que o cobrador dava para gente que era nossa passagem, nada digitalizado ou impresso, era preenchido manualmente e passado para os usuários.
Hoje, voltando às raizês, dentro de um ônibus da Águia Branca percebo que algo sim mudou e mudou muito mesmo.
Aquele menino que creceu e se transformou em um homem não mais viaja de ônibus...
Aquele menino que agora creceu, não tem mais os mesmos sonhos...
Aquele menino que agora tornou-se adulto e não brinca mais e nem compartilha mais lanches e faz amigos e famílias dentro do ônibus...
Hoje eu cresci, mudei e vi passar aquele tempo muito bom que não mais pode voltar.
Ah! Mas o ônibus, este sim continua o mesmo, com acessórios de luxo e tudo mais, com estradas asfaltadas e bem sinalizadas...
Ele sim continua o mesmo. Eu mudei.
Sou discípulo de Jesus, pertenço ao corpo, tenho esperança, acredito em mudanças.
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
Viajando
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E nosso Senhor Jesus mesmo disse que se nao nos tornarmos como meninos( sonhadores, afetivos, amaveis, fazedores de amigos e familias, etc.) nao entraremos no Reino dos Ceus, isso me trouxe saudades, te amo meu amodo Irmao!
ResponderExcluirAlfredo Batista