Arvelina... uma homenagem.

O que nos cabe agora são lembranças e muitas saudades!!!

Serena, tranquila e muitas vezes engraçada...

Gentil para comigo e com todos, prestativa sempre...

Apaixonada pelo seu espaço, seu cantinho bem ali no segundo andar da casa do Seu João Teles.

Claro, não da para colocar tudo o que sei e o que vivi próximo a ela...

Alias, seria impossível, pois suas historias antecedem a muito o que passei e vivi e o quanto a conhecia...

Mas é um prazer, uma alegria e uma dadiva de Deus ter tido o privilégio de ter a conhecido e feito mesmo que um pouquinho, parte de uma vida inesquecível...

Tinha um prazer enorme em todos os netos, acredito que os fez como filhos...

Era uma grande amiga de seus filhos e de um fez sua confidente...

Inseparáveis ela e tia Creusa, em tudo... Tudo mesmo!!!

Por ser vizinho de mesmo andar, às vezes ficava alguns momentos a admira-la e ver o quanto amava tudo o que tinha, sua cozinha suas vasilhas seu universo...

Cuidava dos presentes de grego dado por seus netos agregados Fabio e Jozildo.
Lola e o Snoopy!!!
Foram tão bem cuidados que de velho morreram...

Seu terraço seu parque de diversões, as janelas do mesmo seu lugar de sonhar e viajar...

Foram inúmeras vezes vendo essa linda senhorinha debruçada na janela do terraço a olhar o tempo passar e eu imaginava o que poderia estar passando naquela cabecinha...

Se eu disser perfeita claro que isso é impossível, tinha sim como todo bom ser humano suas limitações e situações...

Às vezes turrona, o Tio João que o diga!!!

Às vezes tinha que ser do seu jeito, acredito que era por esta razão que estava na maioria das vezes na sua casinha, no seu mundo, no seu refugio particular...

Não existia nenhum filho ou neto e por final bisnetos que não gostasse de subir aquelas escadas...

E sempre um lugar...
Sua casinha, um lugar receptivo, de alegria e de boas conversas...

Ela e a sua fiel escudeira a tia Creusa como já disse eram inseparáveis...

Amigas, parceiras, confidentes e algo mais...

Sempre que podiam as duas tomavam uma cervejinha e seu cigarrinho era aquele parceiro inseparável, pelo que sei, desde muito nova aprendeu a fumar. Claro isso em momento algum a descredenciou ou tirou seu brilho como esposa, mãe, sogra, avó e bisavó...

Sempre pronta a servir as pessoas, muitas foram às vezes que ela me vigiava assim que terminava de fazer um café para me convidar a tomar um cafezinho com ela...
Aqueles bolinhos de chuva então, nem se fala!!!
E mesmo com suas limitações de dias finais passou a receita para Valéria sua neta.

Seus abraços sempre sinceros...
Fazia questão de desejar felicitações em datas de especiais...

Carregava alguns apelidos carinhosos, Dona Dilina, Tof-tof, e muitos outros que principalmente seus netos a chamavam...

Gostaria de dizer muitas outras coisas, porem não seria capaz de ser fiel da maneira que deveria ser...

Gostaria de ter conhecido e vivido muito mais essa bela historia, porem grato sou por tudo o que pude viver dela...

Como tudo aqui nessa vida tem um começo e um fim, digo que foi um fim lindo e inesquecível...
Lutou até o fim!!!

Um fim que me inspira e que me faz procurar todos os dias ser melhor ao ver um grande exemplo como esse...

Uma mulher honrada que casou e mesmo ficando viúva honrou seu compromisso e juramento...

Uma mulher que mesmo em meio a tantas dificuldades cuidou dos filhos e o que vemos são homens e mulheres honrados e de brio...

Uma mulher que viveu em prol a ajudar e se doar por outros.

Aos 87 anos que viveu foi guerreira, exemplo e se despediu certa de que sua carreira tinha sido completa e firme...

Louvo a Deus por um dia ter nos presenteado com a Dona Arvelina Constantino e dizer uma ultima frase que não é minha, mas do Apóstolo Paulo que diz:

´´Combati um bom combate, acabei a carreira e guardei a fé``  II Timóteo 4:7

Nós te amamos!!!

Obrigado por tudo!!!

Elizeu Batista de Oliveira

23 de janeiro de 2019