Falar sobre família não é fácil, e afirmo isso com base em uma única frase: “Somos muito diferentes e iguais ao mesmo tempo.”
Parece estranho e contraditório,
não é? Talvez!
Quando paramos para refletir
sobre a família, percebemos que, por mais que amemos ou odiemos, estamos, no
fundo, lidando com pedaços de nós mesmos.
Amamos aqueles que se parecem
conosco, que carregam traços, manias e trejeitos semelhantes aos nossos.
Heranças sutis que só os laços genéticos conseguem transmitir. Mas também
podemos odiar essas mesmas pessoas, tão próximas de nós, que compõem a nossa árvore
genealógica.
Está claro para mim que a família
é exatamente isso: não há distância, poder aquisitivo, doenças, falhas ou
defeitos que possam mudar o que ela representa. Somos família, e ponto final.
E sim, sempre existirá um pai e
uma mãe – a base única da existência de uma família. A criação, a formação e a
concepção vêm da bela e perfeita união dos gametas masculinos e femininos, e
assim, “PÁ!”, mais um, depois outro, e, de repente, vários. Família!
Perfeita? De forma alguma. É
impossível. Mas ajustável, flexível e, acima de tudo, eterna.
Saudável? Desde que haja um
entendimento claro de seu propósito e razão de existir.
Chegamos, então, à melhor parte: Conhecer
ou pelo menos tentar conhecer os membros dessa família. Quem sabe até fingir
que conhecemos? Risos!
Hoje, sou filho, neto, sobrinho,
primo, tio, marido, genro e pai. Com essa longa lista de títulos, tenho uma
família tão grande que talvez nem conheça todos os seus membros. E é aqui que
quero chegar.
Refletindo sobre essas questões,
cheguei à conclusão de que não é sobre conhecer todos. Até porque, há sempre o
risco de que alguns membros da família não queiram me conhecer. O ponto é “Me
fazer conhecido.”
Claro, há aqueles que já partiram
e não estão mais entre nós. Esses, de fato, não poderei alcançar. Mas os que
estão vivos, esses precisam me conhecer.
Vivemos em dias em que membros da
mesma família não se conhecem. A parte ruim disso é que muitos de nós ficamos
esperando que algum avô, tio, pai ou mãe venha nos procurar, venha estreitar os
laços. Isso é uma ilusão. “Quem quer conhecer, precisa se fazer conhecido.”
Portanto, a mensagem é clara: Faça-se
conhecido e descubra o verdadeiro significado de ser e ter uma família. Vale a
pena essa aventura, porque, no final, não há ideia mais louca, divertida,
misteriosa, cansativa e bela do que a família.
Ao nos fazer conhecidos e nos
dedicarmos a conhecer, seremos surpreendidos com tudo o que aprenderemos.
Seremos desafiados e animados a estreitar os laços com nossos entes queridos e
até com aqueles que talvez não nos agradem tanto.
Ah! Quase me esqueci: No início,
alguns podem não aceitar a ideia, mas eventualmente vão topar. Outros, de cara,
estarão dispostos a viver novas aventuras ao seu lado. E, claro, haverá aqueles
que talvez nem olhem no seu rosto, mas, ainda assim, saberão que têm e são
família com você.
Boa sorte!
Elizeu Oliveira –
31/12/2024